domingo, 31 de julho de 2011

COM QUE ROUPA?


Noel Rosa, boêmio, frequentador dos botequins, homem de vida intensa. Viveu o que podia e de forma glamurosa. Morreu muito moço, com apenas vinte e seis anos, ao estilo romântico, assim como Castro Alves, teve por companheira final hemoptises inclementes.

Deixou um legado de mais de duzentas composições que ganham vida e contornos novos a cada interpretação por ícones de nossa música popular brasileira.

Canções como “Último Desejo” e “Com Que Roupa” marcaram por sua intensidade e irreverência. A primeira conta o lamento de um homem cuja relação amorosa teve um desfecho triste e sofrido. Lembro-me de meu pai, que volta e meia a cantarolava como se a sentisse e fosse personagem da história. A segunda, revela um malandro meio atrapalhado que resolve dar um basta e colocar as coisas nos eixos na seara amorosa, prometendo mudar sua conduta e se aprumar.

A vida e obra de Noel já foram objeto de livro e filmes e estas composições funcionam como uma espécie de recepcionistas na porta de entrada de uma grande trabalho que deixou marcas indeléveis na música popular brasileira.

Ouçam, então, e se deleitem com essas duas pérolas do patrimônio nacional.

Um forte abraço e até a próxima.


ÚLTIMO DESEJO

Nosso amor que eu não esqueço
E que teve o seu começo
Numa festa de São João

Morre hoje sem foguete
Sem retrato e sem bilhete
Sem luar, sem violão

Perto de você me calo
Tudo penso e nada falo
Tenho medo de chorar

Nunca mais quero o seu beijo
Mas meu último desejo
Você não pode negar

Se alguma pessoa amiga
Pedir que você lhe diga
Se você me quer ou não
Diga que você me adora
Que você lamenta e chora
A nossa separação

Às pessoas que eu detesto
Diga sempre que eu não presto
Que meu lar é o botequim
Que eu arruinei sua vida
Que eu não mereço a comida
Que você pagou pra mim


COM QUE ROUPA?


Agora vou mudar minha conduta
Eu vou pra luta pois eu quero me aprumar
Vou tratar você com a força bruta
Pra poder me reabilitar

Pois esta vida não está sopa
E eu pergunto: com que roupa?
Com que roupa que eu vou
Pro samba que você me convidou?
Com que roupa que eu vou
Pro samba que você me convidou?

Agora eu não ando mais fagueiro
Pois o dinheiro não é fácil de ganhar
Mesmo eu sendo um cabra trapaceiro
Não consigo ter nem pra gastar

Eu já corri de vento em popa
Mas agora com que roupa?
Com que roupa que eu vou
Pro samba que você me convidou?
Com que roupa que eu vou
Pro samba que você me convidou?

Eu hoje estou pulando como sapo
Pra ver se escapo desta praga de urubu
Já estou coberto de farrapo
Eu vou acabar ficando nu

Meu terno já virou estopa
E eu nem sei mais com que roupa
Com que roupa que eu vou
Pro samba que você me convidou?
Com que roupa que eu vou
Pro samba que você me convidou?

domingo, 24 de julho de 2011

ADEUS, AMY WINEHOUSE

A morte de Amy Winehouse embora previsível, considerando o seu estilo de vida, me surpreendeu pela precocidade.  Uma cantora de voz poderosa, dissonante de seu corpo franzino, deixa esta vida para virar apenas uma memória, que talvez o tempo se encarregue de apagar.

Suspeita-se  que a causa mortis tenha sido o consumo excessivo de drogas ilícitas ou a mistura destas com medicação. Por enquanto tudo não passa de especulação com base no seu histórico que incluiu um ex marido que a apresentou às drogas.

O visual de Amy me encantava, achava-a uma bela mulher, conquanto esta imagem, volta e meia,  se desconstruísse ao visualizá-la nos tablóides em situações vexatórias. A propósito, o vídeo veículado na internet, em que ela estaria fumando crack, e uma foto na qual se podem observar vestígios de pó em suas narinas desenhavam um quadro de degradação assustador.

Morreu tão jovem e deixa como legado uma pequena discografia concebida num cenário de  drogas, sexo e rock and roll.

Agora é aguardar o surgimento de uma nova estrela e novos excessos com aquela mesma sensação dos fãs de Janis Joplim.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

STILL ALIVE

Parei
Por que parei?
Talvez por não ter mais tempo para escrever
Por não sentir prazer em fazê-lo
Por  não ter nada a dizer
Por não querer dizer nada
Preciso dizer algo?
Escrever por escrever
É melhor deixar acontecer
Este blog surgiu pretensioso e acabou ocioso
Há tantas coisas boas e interessantes na blogosfera
Que este espaço restou insignificante
Quero, ao menos por instante, acreditar que tudo foi interessante
Quero querer outra vez
Esquecer que um dia parei
E quiçá voltar, como agora aqui voltei
E sem me delongar mais
Se mais adiante tornar a lançar tintas aqui
É por ter me remediado da falta de idéias
E entender porque me perdi.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

SALMOS 23

O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.Deitar-me faz em pastos verdejantes; guia-me mansamente a águas tranqüilas.
Refrigera a minha alma; guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome.
Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda.
Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos dias.

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