O texto a seguir, de autoria de Luís Fernando Veríssimo, é muito interessante, pois tangencia a questão da auto-estima dos brasileiros.
Um grande a abraço a todos e boa leitura.
“A leitora Elza Marques Martins me escreve uma carta divertida estranhando que “brasileiro” seja o único adjetivo pátrio terminado em “eiro”, que, segundo ela, é um sufixo pouco nobre. Existem suecos, ingleses e brasileiros, como existem médicos, terapeutas e curandeiros. As profissões de lixeiro, coveiro e carcereiro podem ser respeitáveis, mas o “eiro” é sinal de que elas não têm status. É a diferença entre jornalista e jornaleiro, entre músico ou musicista e roqueiro, timbaleiro ou seresteiro. Há o importador e o muambeiro. “Se você começou como padeiro, açougueiro ou carvoeiro” — escreve Elza — “as chances são mínimas de acabar como advogado, empresário, grande investidor ou latifundiário, a não ser que se dê ao trabalho político antes”. Aliás, há políticos e politiqueiros. Continua Elza: “Eu nunca vou chegar a colunável ou socialite se comecei como faxineira ou copeira. Você pode ser católico, protestante, maometano, budista ou oportunista ou então macumbeiro.” Mas a leitora nota que o dono do banco é banqueiro, enquanto o funcionário é bancário, o que pode ser um julgamento inconsciente de caráter feito pela língua.
Elza — que por sinal se considerava uma harpeira até começar a tocar numa sinfônica e virar harpista — me sugere uma campanha nacional para passarmos a nos chamar de “brasilinos, brasileses, brasilenses, brasilianos, brasilitanos, brasilitas, brasileus, brasilotos ou brasilões”, o que aumentaria muito nossa auto-estima e nossas chances de chegar ao mundo maravilhoso dos americanos, belgas e monegascos.”
Luís Fernando Veríssimo. Jornal do Brasil, 7 de outubro de 1995.
De fato, o sufixo -eir(o) é utilizado para formar não adjetivos pátrios, mas substantivos que indicam "atividade".
ResponderExcluirParece que, nos séculos iniciais da nossa história, "brasileiro" era o português malsucedido em sua terra, que vinha tentar a sorte no Brasil, e o termo acabou se tornando nosso adjetivo pátrio.
Hoje não há mais volta. Acredito, entretanto, que nossa autoestima são se resolva com a troca de um afixo. Há fatores muito mais importantes, que nos podem levar a uma situação minimamente digna no cenário internacional.
Abçs!
hahahaha!!! Esse Veríssimo é um fanfarrão!!! rsrsrsr...
ResponderExcluirLembrei também do sambista e do pagodeiro! Muita diferença... rsrsrs
Bj e bom final de semana!
Bacana
ResponderExcluirEU NAO ENTENDE ESSE TEXTO... Nada alguém poderia me ajudar tenho q responder algumas perguntas
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