quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

...FELIZ NATAL

O natal para muitas pessoas remete a bons pensamentos e a uma alegria sem par. Os preparativos, a espera do grande dia. As crianças ficam alvoroçadas para abrir os presentes. Natal também é a ocasião para refletir para aqueles que são religiosos e antenados com a simbologia.

O natal para mim sempre teve um toque de tristeza, talvez porque anunciasse o final de um ciclo. Lembro-me, ainda, com muita angústia, a perda de um querido irmão com apenas 37 anos de idade. Aquele foi o pior natal e reveillon que já tive. Se seguiram muitos meses de extrema melancolia até a memória se encarregar de reduzir a dor, permitindo o vislumbre de que a vida continua e que temos muito a fazer. 

Hoje me sinto mais tranquilo em relação a essas datas de final de ano e consigo passar por elas sem maiores danos e até experimentar certo prazer, o prazer de estar vivo e de que há tanto a se construir ainda. Por isso, me sinto muito mais à vontade para desejar a todos um feliz natal e recomendar que amem muito e não deixem para depois o que se pode fazer desde logo e alertar o óbvio: a existência é curtíssima...."E pelo fato de ter sempre estado oculto quando terá sido o óbvio", como dito na canção "Um índio".

Um grande abraço a todos e até a próxima.


Um índio
composição: Caetano Veloso.

Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias
Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
Tranqüilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá
Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto e cheiro
Em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto, sim, resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer
Assim, de um modo explícito
(Refrão)
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos, não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio.
Escute aqui clicando no player.


4 comentários:

  1. Feliz Natal e um Ano Novo pleno de tranquilidade e amor, para você e seus entes queridos!

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  2. Um bonito Natal para você e toda a sua família, querido! Que amor e comunhão estejam sempre presente por aí.

    Grande abraço!

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  3. Oi David, desejei mentalmente a todos os meus que tivessem um Natal cheio de paz e amor .

    Não tive a oportunidade de dizer pessoalmente , mas encontrei essa forma, numa reserva mental ,de vibrar uma energia boa com muita consistência e verdade. Espero que isso tenha descido pela chaminé da sua casa e tenha invadido o ambiente . Pode pegar que é para todos os da sua família e como meu espírito explica agora, até para aqueles que não estão mais aqui entre nós.
    O coração vai amadurecendo com as experiências , a compreensão das coisas afasta a tristeza aos poucos e dá lugar a esse sentimento de tranquilidade que você falou. Também contamos com a vivência de sermos pais e acompanhar o crescimento dos filhos que é a prova mais linda da continuidade ... e de aceitar o tempo e seus fatos

    Vou aproveitar e cantarolar um tantinho da canção


    "Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
    Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
    Tranqüilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
    O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá..."

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  4. Essa canção é demais, Leila. Encerra tanto significado. Sempre me emociono ouvindo-a.

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