segunda-feira, 7 de março de 2011

JUIZ NÃO É MOTORISTA DE ÔNIBUS

Essa foi a notícia publicada no site do Estadão em 26/02/2011, segundo a qual o presidente da AJUFE teria feito essa afirmação ao reclamar da indisposição do governo Dilma em discutir o reajuste dos magistrados. O sindicato dos motoristas de ônibus de São Paulo reagiu e disse que vai processar o autor da afirmação.

A afirmação feita pelo presidente da AJUFE foi, no mínimo, preconceituosa. Certamente não é isto que se espera de quem representa uma categoria, a qual, sai arranhada do episódio, pois o que, a primeira vista, pareceu um gesto em defesa de uma classe acabou atrapalhando o justo pleito dos juízes federais.

A língua é um animal selvagem e feroz e, por isso, deve ser contido e controlado. Aliás, sobre isso ja tive a oportunidade de escrever em  LÍNGUA AFIADA. Dizer, não raro, causa mais estragos do que fazer.

Em sociedade, falar em categorias mais importantes do que outras afigura-se temeroso e não reflete a realidade. Todas têm a sua relevância e sua coexistência é que viabiliza a continuidade, em níveis aceitáveis, da vida em coletividade. Pensem numa cidade sem transporte público. Como os trabalhadores se deslocariam para o trabalho? Imaginem se o serviço de coleta de lixo fosse paralisado por tempo indeterminado. Isso só para falar em duas categorias. A cidade viraria um caos insuportável.

Portanto, aqueles que integram posições de poder, incluindo aí os magistrados, devem se lembrar que cada um de nós integra um todo complexo e o funcionamento do corpo depende da saúde das partes componentes e nesse contexto mostra-se ocioso e contraproducente o embate de quem é mais importante.

Um forte abraço a todos e até a próxima.

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