sexta-feira, 21 de maio de 2010

DECIDIR SEM CULPA

Viver em sociedade requer a observância de pelo menos meia dúzia de regras, as quais, se pode afirmar, estão abrigadas pelo Direito Natural.
Todos, independentemente de estar escrito em algum lugar, sabem que tirar a vida de outrem é errado, assim como se apropriar do alheio. O bom senso não está positivado em nenhum diploma legal, ele simplesmente existe e serve de farol para atividade hermenêutica.
As opiniões são muito variadas e são influenciadas por inúmeros fatores. O ambiente no qual se é criado exerce influxo sobre nossas ações, embora não seja determinante, porquanto os indivíduos têm o poder de escolher e mesmo mudar de paradigma.Cada um sabe das suas conveniências e o momento oportuno para realizar esta ou aquele empreitada.
Num mundo assim, não raro, muitas dúvidas podem surgir sobre que decisão tomar, especialmente quando não há unanimidade de opiniões. Por isso, todos deveriam assumir a postura de um juiz, que escuta as partes envolvidas no litígio, ouve  peritos e, por fim, profere sua decisão, a qual pode não ser a melhor solução para o caso, mas tem o condão de definir situações, afastando as incertezas. Justiça ou injustiça situa-se num plano mais elevado e constitui-se num ideal, nem sempre atingido.
No decorrer da existência ocorrem várias situações, nas quais se precisa atuar como  juízes, munindo-se de cautela e firmeza. Não se deve, em regra, resolver nada de afogadilho. Decisões assim costumam trazer consequências nem sempre desejáveis.
Muitos apresentam dificuldades em decidir porque ficam perdidos em meio as várias opiniões de pessoas, as quais receia desagradar e com isto desagradam a si próprios. Não há como se ter unanimidade na grande maioria dos assuntos. Isto porque os seres humanos têm necessidades distintas, cujo atendimento se dá de diferentes maneiras.
Desta forma, o objetivo a ser mirado é aquele mais proveitoso e  com o menor custo social possível. Sim, porque em sociedade a par da liberdade de escolha, a qual não é ilimitada, se tem como obstáculo a esfera jurídica dos outros. Portanto, ao se fazer escolhas, estas não podem causar dano a terceiros  ou à coletividade. Se não fosse assim, poderia-se matar um desafeto ou, numa área residencial, construir uma fábrica barulhenta.
É claro que viver em grupo impõe a seus integrantes suportarem certas ações até o limite do aceitável, traçado pela prudência e o velho bom senso. Você pode desagradar sendo grosseiro ou por não observar regras básicas de etiqueta. Nestes casos, a sanção que receberá se insere na campo da Moral. 
Contudo, se o comportamento se mostrar anti-social, a ponto de infringir uma norma jurídica, o Estado entra em cena para restabelecer a ordem quebrada, impondo sanções conforme a gravidade da conduta e do dano causado.
Certo é que, uma vez tomada a decisão, não se deve mais recorrer a ninguém pedindo opinião, posto que isto já deveria ter sido feito antes. Sobre o passado não se tem ingerência e não vai adiantar nada a lamentação depois do fato consumado. Se foi resolvido, não há mais do que se queixar, só uma nova decisão, se for possível no caso concreto, poderá modificar uma realidade, estabelecendo uma nova situação.
Por isso, não tenham medo de escolher, mas o façam de forma consciente e sem culpa, pois decisões equilibradas trazem bons resultados.
Um grande abraço e até a próxima.

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