Estava a ouvir uma linda canção de Caetano Veloso - "Perdeu" - e, de repente, deparei-me com uma torrente de imagens, tal qual numa tela de Picasso, retratando a vida na favela, o bem e o mal, o fugaz, o fútil, o belo e não pude deixar de pensar naquele microcosmo. Pensei no Rio de Janeiro e cheguei a mesma conclusão que já se chegou alhures: o Rio é a síntese do Brasil. Brasil de todos o cantos, de todas as raças, do bem, do mal, do belo, do feio e tudo o mais.
Isto se dá certamente por ter sido aqui a capital da República. Aqui onde se fala chiando, como dizem os mineiros, provavelmente em razão da grande concentração de portugueses. Acredito que dentre os Estados da Federação, o Rio de Janeiro seja o que mais recebeu lusitanos: foi para cá que a Coroa Portuguesa se tranferiu fugindo das tropas de Napoleão.
No Rio se mata, se vive, se perde e se ganha. No Rio há felicidade, tristeza, agonia, infortúnio. No Rio há muito calor. Afinal, Rio 40 graus, cidade maravilha purgatório da beleza e do caos, conforme anunciado pela Fernandinha Abreu. E sou deste Estado e amo esta Cidade, apesar dos pesares e arrisco afirmar que é o mais brasileiro dos Estados. Sim, declaro diante de todos o meu amor ao Rio de Janeiro.
Um grande abraço a todos.
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