quarta-feira, 22 de setembro de 2010

PARALELAS

Belchior


Dentro do carro, sobre o trevo a cem por hora, oh! Meu amor
Só tens agora os carinhos do motor
E no escritório em que eu trabalho e fico rico
Quanto mais eu multiplico diminui o meu amor


Em cada luz de mercúrio vejo a luz do seu olhar
Passas praças, viadutos, nem te lembras de voltar
De voltar, de voltar

No corcovado quem abre os braços sou eu
Copacabana esta semana o mar sou eu
Como é perversa a juventude do meu coração
Que só entende o que é cruel e o que é paixão

E as paralelas dos pneus n'água das ruas
São duas estradas nuas em que foges do que é teu
No apartamento, oitavo andar, abro a vidraça e grito
Grito quando o carro passa: teu infinito sou eu, sou eu, sou eu, sou eu

No corcovado quem abre os braços sou eu
Copacabana esta semana o mar sou eu
Como é perversa a juventude do meu coração

Que só entende o que é cruel e o que é paixão 


Escute aqui

2 comentários:

  1. Adoro esses versos
    "Como é perversa a juventude do meu coração
    Que só entende o que é cruel e o que é paixão "

    Eu os escrevia nas contracapas dos livros e cadernos que eu tinha quando mais jovem. Você me fez reviver aqueles momentos .

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  2. Essa música fez parte da minha infância. Considero-a um clássico. O Belchior é muito sensível e consegue falar de amor de uma forma toda especial, envolvendo o ouvinte no clima e nas imagens geradas pela canção.
    Obrigado, Leila por sua participação neste espaço e um grande abraço.

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