domingo, 26 de setembro de 2010

UM MILHÃO DE AMIGOS

Eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar. Eu adorava ouvir esta canção e ainda gosto. Ter muitos amigos é super legal, sinaliza popularidade e, para quem tem pretensões políticas, os versos da canção do Rei são a meta de muitos candidatos.

Mas não quero falar aqui de cadidatos e candidaturas, quero falar de pessoas comuns como eu e vocês. Correndo o risco de ser ácido, vejo com certa desconfiança a quantidade de amigos que a garotada diz ter no orkut, facebook e outros sites de relacionamentos. E não é só a garotada não, tem muita gente que já chegou no enta que também se orgulha de ter 600 a 1000 amigos nas referidas redes sociais.

Curiosamente, a internet, ao contrário do que possa parecer, tem afastado mais do que unido as pessoas. Duvido um pouco que esses números reflitam realmente amizades. No caso dos profissionais liberais entre esses amigos estão muitos clientes. Também se vêem os amigos dos amigos, o coleguinha do filho ou da filha e o conhecido de vista.

O importante nessas redes sociais é ser popular ou pelo menos parecer. Já ouvi falar, inclusive, de pessoas que "vendem" amigos na net. Não sou do tipo inflexível e não quero passar pelo dono da verdade, mas uso um critério, ainda que imperfeito, para adicionar pessoas como contatos nessas redes: eu tenho que, no mínimo, conhecê-las, o que significa ter, ao menos, falado com elas. Outro dia, alguém que ostentava o mesmo sobrenome que eu pediu para eu adicioná-la no meu orkut. Mandei-lhe um recado, perguntando de onde ela me conhecia, obtendo a resposta de que ele me localizara pelo nome e haveria uma possibilidade de sermos parentes. É claro que não o adicionei e por uma simples razão: eu não o conhecia.

A popularidade a qualquer preço deve ser evitada. Nada vem assim tão fácil. Pessoas que se destacaram no cenário artistico e mesmo político trilharam uma estrada cheia de percalços e dificuldades diversas até chegarem ao oásis da fama. Que adianta ter tanta gente adicionada, se quase nunca elas são contactadas no mundo real. As pessoas parecem preferir o contato virtual ao físico. Aquele bate-papo olho no olho pode estar com os dias contados (Espero que não!). Atrás da tela as pessoas se protegem mais e não correm riscos. É uma pena, pois correr riscos é o que confere charme e sentido a existência.

Queria ter sim um milhão de amigos e olhar cada um de frente, dialogar, trocar experiências, sofrer junto, compartilhar alegrias e discutir os mais variados assuntos. Mas isto é coisa que só acontece nas redes sociais e não no mundo real.

Um grande abraço a todos e até a próxima.

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