Navegando pela net, hoje pela manhã, deparei-me com uma notícia de agressão de integrantes do CQC por parte de guardas municipais da Cidade de Analândia.
Danilo Gentili respondeu às perguntas dos internaltas no site da UOL, o que pode ser conferido clicando-se aqui. Não vou comentar os fatos que deram ensejo à matéria, os quais poderão ser assistidos no programa e sim ao episódio das agressões.
O que me chamou a atenção foi a truculência dos servidores envolvidos e a falta de serenidade do prefeito Luiz Marinho, de acordo com as imagens exibidas no vídeo do UOL, tendo o alcaide externado uma reação defensiva, referendando a truculência dos guardas municipais. Aliás, a função destes últimos, constitucionalmente falando, deveria se restringir à guarda do patrimônio público e não ao exercício da atividade típica de polícia.
Tomando-se como base as imagens exibidas no site, observou-se uma flagrante falta de preparo e a certeza da impunidade, acobertada pela função pública, a qual não estava sendo exercida nos limites legais pelos agressores.
O que se vê hoje, infelizmente, são as Guardas Municipais de várias Prefeituras assumirem indevidamente o trabalho da polícia. Em muitas, inclusive, o efetivo porta armas de fogo, sem a devida formação inerente à atividade policial.
Não sou fã do CQC e tampouco do Danilo Gentili, mas concordo com este último que a reação do prefeito foi desarrazoada. No mínimo, diante das imagens gravadas, ele deveria ter dito que iria apurar responsabilidades.
Do que jeito que o prefeito se comportou, ficou evidente que ele referendou a atitude truculenta de seus comandados e que nada faria a respeito.
Ora, vivemos num Estado Democrático de Direito, onde não há espaço para coronelismos e loteamentos dos cargos públicos. Tudo deve ser conduzido com a maior transparência possível. Se não houvesse denúncias de irregularidade naquela Prefeitura, o programa não teria ido até lá. Até porque, conforme explicou o humorista-repórter, o CQC não sai em busca de irregularidades, estas são comunicadas ao programa e a partir daí os repórteres vão apurá-las.
No Brasil, a herança patrimonialista faz com que muitos governantes eleitos se sintam donos da coisa pública, como se as Prefeituras fossem os seus escritórios. Vejam que isso ocorre num Estado como São Paulo, imaginem como não é no interior do norte e nordeste do país.
De qualquer forma, uma denúncia foi feita e deve ser apurada, cabendo ao Ministério Público empreender as investigações necessárias à apuração das irregularidades, inclusive as de cunho eleitoral, já que Gentili informou ter ouvido da população, cujo número atuamente seria na faixa de três mil habitantes, que em dia de eleição esse efetivo dobra para seis mil.
As mudanças são necessárias e cada um de nós deve exercer a função de fiscal, denunciando as situações em desconformidade com a lei aos órgãos competentes e, nessa tarefa, a mídia tem ajudado bastante, evitando que irregularidades deixem de ser expostas e apuradas.
Um grande abraço e até a próxima.
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