domingo, 11 de julho de 2010

UMA LIÇÃO QUE A COPA DO MUNDO NOS DEIXA

A Espanha conquistou a taça e a Holanda mais uma vez ocupou a posição de vice. O jogo foi tenso e arbitragem não deu trégua. Os jogadores holandeses ficaram muito agitados e perderam talvez por terem chegado tão perto da vitória.

Na vida todos nós passamos por momentos de tensão como se estivéssemos concorrendo a um título. Em muitos casos a luta é travada dentro de nós mesmos. Sim, amiúde, os nossos inimigos não estão fora de nós. A preguiça, o desânimo, a falta de disciplina, o medo do fracasso nos deixam paralisados.

O receio de não conseguir é responsável pela maioria dos desarranjos. Isto acontece porque ele leva à inércia e esta, por sua vez, não produz nada. Quando se tenta, de alguma forma, se adquire experiência, a qual será considerada por ocasião de uma nova empreitada. Nesse sentido, as chances de êxito aumentam na medida em persistimos em nossos propósitos.

Somos muito vaidosos e quiçá esteja aí o problema. Adoramos ouvir elogios, os quais reforçam a imagem positiva que fazemos de nós próprios. O fracasso significa a desconstrução dessa imagem e, por isso, o tememos tanto. A preocupação, na verdade, assenta-se numa indagação recorrente: o que os outros vão pensar?

Vivemos pensando o tempo todo no efeito que nossas ações terão sobre outras pessoas e isto acaba nos engessando. Não vejo nada de errado em alguém se preocupar em causar boa impressão. Aliás, tal atitude serve como tegumento das boas relações cotidianas.

Penso que devemos lutar contra o medo. O medo de ser menos arguto do que o outro, de não ser tão interessante e de escrever coisas que quase ninguém lê. Em relação a este último, confesso que já o exorcizei, pois escrevo sempre acreditando que o mundo inteiro lerá minhas postagens.

Sentir medo está ligado ao instinto de sobrevivência e se presta à proteção dos indivíduos. Se não tivéssemos este sentimento certamente nem chegaríamos aos cinco anos de idade.

Outro medo que deve ser enfrentado deveria ser o de não ser aceito. Muitos passam a existência buscando acolhida do grupo social. Ser popular é a meta, ter um milhão de amigos o ideal, o que pode ser observado com muita facilidade nas redes sociais. 

Há pessoas que tem pra lá de mil "amigos" no orkut e facebook. Já recebi pedidos para adicionar pessoas que nunca vi antes. É claro que recusei, pois só adiciono pessoas conhecidas.

Infelizmente, quando nos preocupamos exclusivamente em agradar aos outros, normalmente nos decepcionamos, já que não é possível se obter unanimidade.

O importante, no entanto, é estarmos bem conosco e, para tanto, devemos cuidar de quem amamos, fazer a coisa certa mesmo quando todos parecem não estar aprovando. A decisão deve ser sempre nossa, agradando ou desagradando, pois as consequências serão suportadas por quem ousou sair da imobilidade.

Dizer o que fulano ou beltrano tem que fazer ou como deveria ter agido é muito fácil, mas poucos são os que partem para uma ação concreta.

Certa feita, conversando com um amigo, tive a oportunidade de dizer-lhe que apontar falhas é muito confortável, criticar o sistema, maldizer a vida e bradar aos quatro cantos o quanto o ser humano é ruim não ajuda em nada. Antes o que se precisa é de um comportamento positivo e bem direcionado. 

Uma atitude concreta é o que faz toda a diferença, sem a preocupação de ser uma gota no oceano. Fazer a nossa parte sem nos preocupar que todo o resto não está nem aí para nada. De que vale falar que o brasileiro é mal educado e, logo em seguida, arremessar uma lata de refrigerante pela janela do carro.

Desta forma, se cada uma fizer a sua parte sem esperar que os outros tomem esta ou aquela atitude, certamente contribuirá para melhoria geral. Não tenham medo da crítica, de serem tachados de tolos ou mesmo de menos inteligentes. Afinal de contas haverá sempre alguém que faz determinadas coisas melhor do que nós.

Um grade abraço a todos e até a próxima.

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