Certa feita, conversando com um amigo, este comentou que o Zeca Pagodinho teria dito que levou o bom dia à Barra.
No condomínio onde morava, os moradores não costumavam usar este cumprimento corriqueiro e, aos poucos, o Zeca conseguiu implementá-lo. Verdade ou não, uma coisa é certa: as pessoas cada vez mais receiam cumprimentar umas as outras.
No condomínio onde morava, os moradores não costumavam usar este cumprimento corriqueiro e, aos poucos, o Zeca conseguiu implementá-lo. Verdade ou não, uma coisa é certa: as pessoas cada vez mais receiam cumprimentar umas as outras.
Tem sido cada vez mais raro receber um bom dia, boa tarde, boa noite. As pessoas ou abaixam a cabeça, ou viram o rosto para o lado. Algumas chegam a mudar de calçada.
Talvez seja o grande mal dos centros urbanos, onde milhares de pessoas se acotovelam diariamente, mas ninguém se conhece ou quer se conhecer. A solidão das cidades contrasta com os bons modos ainda vigentes no interior, onde o homem simples tira o chapéu e dá um sonoro bom dia.
O cidadão metropolitano não tem tempo para solicitudes, boa educação, gestos altruístas. A máquina capitalista não pode parar e suas engrenagens devem estar sempre lubrificadas...
Será que o mundo embruteceu e não há mais espaço para amenidades? Creio que não. Acredito que a boa vontade e gentilezas deveriam permear o cotidiano de todos. Quem não gosta de ser bem tratado ?
Há um tempo atrás assisti a uma entrevista no Programa do Jô, onde o psicólogo Fernando Braga da Costa relatou sua experiência ao trabalhar por oito anos como gari varrendo as ruas da USP e ser sumariamente ignorado, inclusive por colegas seus, que não o reconheciam por trás do uniforme. Tal experiência resultou em sua tese de mestrado que abordou a questão da invisibilidade pública.
Infelizmente, somos avaliados pela posição social que ocupamos e bens que ostentamos. Muitos vivem à margem, formando grupos e só nestes acabam se relacionando. São verdadeiras castas. Os que conseguem melhoria financeira sentem-se receosos de travar relações com integrantes de segmentos mais pobres da sociedade. Nesse contexto, as pessoas se fecham e se enclausuram em seus mundos particulares. Não há nada pior.
O mundo é de todos e para todos, não existem barreiras intransponíveis. Dispensarmos um tratamento respeitoso ao nosso próximo tem um um inestimável valor e contribui para o aperfeiçoamento das relações que diariamente temos que travar.
Não tenham medo de serem gentis, de dar efusivos cumprimentos e sinceros sorrisos nos lábios. Saibam que um bom dia pode signifcar muito mais que um simples cumprimento.
Um grande abraço e até a próxima.
Por outro lado, as pessoas andam até se assustando ao receberem um bom dia. Percebo isso quando cumprimento sorrindo à caixa do supermercado ou à moça da limpeza quando vai recolher o lixo do local onde trabalho, por exemplo. Elas ficam até tímidas, pois já se acostumaram à invisibilidade.
ResponderExcluirMuitas vezes, essas pessoas consideradas invisíveis pela maior parte dos seus "superiores", têm muito mais a nos ensinar. Pena que na maioria das vezes estamos cegos para perceber...
Abçs!
As pessoas mais simples acabam adotando uma postura defensiva. Assim, antes de serem ignoradas elas evitam essa situação se afastando.
ResponderExcluirIsa, estamos em constante aprendizado. Todos os dias assimilamos algo de novo com os mais variados tipos de pessoas. O importante é sempre mantermos uma atitude positiva perante a vida e a mente aberta. De nada adianta ficar se lamentando e gritando aos quatro cantos o quanto as pessoas são ruins.
Penso que a melhor forma de se começar o dia é olhar ao redor e apreciar o que Deus nos dá de graça: o pôr do sol, a chuva, as pessoas com quem convivemos.
Uma coisa é certa o mau humor é contagioso. Por isto devemos sempre nos vacinarmos assumindo uma postura leve e bem humorada em relação a vida e aos problemas que vão surgindo ao longo do caminho.
Um grande abraço e obrigado pelo comentário.